No dia 16 de julho, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou uma campanha  para divulgar o programa Pai Presente, que fomenta o reconhecimento de  paternidade tardio, a partir dos Provimentos nº 12 e nº 16.
 
Contudo,  ações desta natureza já são desenvolvidas há tempos nas comarcas do interior  pela justiça sul-mato-grossense. A Comarca de Cassilândia iniciou com o Projeto  Meu Pai no Papel e, em outubro de 2007, a Comarca de Dourados lançou o projeto  Pai de Verdade - uma proposta diferenciada, em que o trabalho foi desenvolvido  de forma mais abrangente.
 
Mantendo o posicionamento de vanguarda,  característico do judiciário de MS, o juiz Luiz Felipe Vieira Medeiros, Diretor  do Foro da Comarca de Miranda, desde 2011, atua na tentativa de reduzir o número  de crianças que não tem o nome do pai em sua certidão de nascimento. E os  resultados têm se mostrado significativos.
 
Para se ter uma ideia da  expressividade da ação, de acordo com o último censo, a Comarca de Miranda tem  25 mil habitantes, e em 2011 houve 70 reconhecimentos resultantes do trabalho do  juiz e sua equipe.
 
“Desde que começamos este trabalho, notamos que  muitos pais e mães desconhecem os procedimentos para regularizar a situação dos  filhos. Alguns não buscavam a justiça por acreditar que teriam que pagar. Ainda  temos algumas mães resistentes, que não se interessam em ter o nome do pai na  certidão dos filhos e temos também aquelas que se recusam a dizer o nome do pai  de seu filho, para que estes sejam procurados e intimados a comparecer ao  Fórum”, explicou ele.
 
As ações do juiz não se restringem às escolas. Com  frequência, ele utiliza um programa diário de uma rádio local em que fala  especificamente da justiça e já utilizou este espaço mais de uma vez para  explicar a necessidade que as crianças têm em ter os nomes da mãe e do pai na  certidão de nascimento, além de relatar o passo-a-passo dos  procedimentos.
 
Este ano, além da procura voluntária das mães para o  reconhecimento dos filhos pelos pais, a equipe da Direção do Foro já enviou  ofício para três escolas estaduais e duas particulares, além da Secretaria  Municipal de Educação na tentativa de descobrir quantos alunos ainda tem suas  certidões incompletas.
 
“As respostas já começaram a chegar e a equipe  está pronta para atender. Não podemos esquecer que também os cartórios  extrajudiciais que efetuam os registros de nascimento são obrigados, por lei, a  informar a justiça quando a mãe registra o filho sem o nome do pai, e isso quer  dizer que situações que podem resultar em problemas futuros são resolvidas, pois  as mães são intimadas a comparecer ao Fórum para regularizar a situação”,  concluiu Luiz Felipe.
 
Saiba mais - Dados da  Coordenadoria de Estatística do Tribunal de Justiça, de janeiro a junho de 2012,  apontam que o reconhecimento de paternidade não é um assunto desconhecido nas  demais comarcas de Mato Grosso do Sul.
 
Em todo o Estado, nos seis  primeiros meses deste ano, foram distribuídos 2.595 processos sobre o tema;  sentenciados 787 processos; arquivados definitivamente, 2.152 e, em junho havia  3.894 processos em andamento, cujo tema é investigação de paternidade.
Fonte: Site do TJMS
